domingo, 10 de março de 2013

NOSTALGIA: sabedoria do passado ou instabilidade do agora?

É engraçado observar (no meu caso, sentir) o como os anos passam depressa, e deixam em nós marcas de tempos que não voltam mais. É uma sensação saudosa e ao mesmo tempo melancólica.Querer reviver momentos que ja se dissiparam no tempo e espaço, mas que perduram arduamente no nosso subconsciente.Há quem diga que ficar se prendendo ao passado nos faz perder simultaneamente o agora e o depois, mas nao me perguntaram se me interessa viver o hoje e, qual a importancia do futuro em minha vida. No auge dos meus 70 anos, meus neuronios já nao discutem harmonicamente como a 40 anos atrás. Em outras palavras, pra um jovem senil como eu, o presente é tênue e o futuro vem a conta gotas. Não há outra saida a nao ser mergulhar nas minhas doces lembranças pueris, e poder viver denovo, mesmo que atraves da memoria que ainda me resta, aqueles velhos caminhos que me trouxeram ate aqui.
  Outro dia, numa manhã de domingo, sentei-me na cadeira da sala para ler as manchetes do jornal do dia, como de costume, para um ancião como eu ja nao se questiona a rotina que se leva, apenas a aceita.Apalpei as folhas, folheei a capa e senti as vistas embassarem, a idade chega, meu jovem.Havia esquecido meu oculos no quarto, fui busca-lo. Assim que entrei vi que tambem tinha esquecido de fechar a janela - na melhor idade o verbo esquecer se conjuga constantemente - e um vento havia derrubado uma caixa de fotos antigas que estava em cima do movel, ao lado da cama, ha tempos que nao notava que estava ali .No chão, dezenas de fotos espalhadas criavam um ambiente tao nostalgico quanto a sucessao de pensamentos que me veio a cabeça ao ver aquela cena. Peguei meus oculos e me esquece de tudo, era tentador nao me dispor a fazer uma viagem naquelas imagens singulares e nos momentos intensos e saudosistas que guardavam cada fotografia.Olhares de ternura, valores, entes queridos, risos amarelados pelo tempo, tudo aquilo me tocava profundamente.O passado é o mapa do nosso universo particular.Manual de recordações, sabedoria adquirida pra toda vida.




terça-feira, 5 de março de 2013

CRACK: uma patologia social

Sabe-se que o consumo de substancias consideradas dopaminérgicas, ou seja, precursoras de alterações neurofisiologicas que proporcionam prazer, não é uma questão unidirecional, que deve ser tratada isoladamente ou com base em soluções paleativas como tem feito o governo. Em face ao grande aumento do numero de usuarios de crack, autoridades governamentais instituem a internação compulsória dos usuários como medida para reduzir o impacto do crack no meio social. Todavia, são amplos os questionamentos acerca da eficiencia real desse método imediatista e sem raízes. Embora há quem afirme que usuarios quando em efeito da droga são insanamente incapazes de tomar qualquer decisão, mesmo que arbitrária, é necessário mais do que simplesmente recolhe-los a uma clínica de reabilitação, até porque a capacidade de regenerção física e mental do usuario envolve todo um processo psicologico de acompanhamento e de reinclusão do mesmo em uma esfera de perspectivas. É tratar intimamente cada individuo e as origens do vicios, em seu universo particular. É preciso maior senso de humanidade, para auxiliar na recuperação consciente do dependente, reconstruindo valores, afim de recompor a integridade fisica e mental do individuo.